Eu me lembro bem de quando começaram a me chamar de louca, – era um tipo de apelido carinhoso, eu acho – mas hoje, somente hoje, percebo que não sou uma garota normal.
Sabe quando paramos pra pensar e percebemos que tudo sempre fez sentido e somente você não conseguia enxergar? Pois bem, não que eu fosse cega, mas agora eu enxergo.
Eu nunca fui aquela garota que prefere o bonzinho. Os vilões sempre me conquistaram. Eu prefiro Coringa a Batman, prefiro Malévola à Aurora. Os bonzinhos são bastante previsíveis e talvez por esse motivo eles não me encantem, não mais. Não que eu seja uma pessoa má, talvez um pouco, mas não totalmente.
Eu gosto de aventura, prefiro surpresa a programações. Amo frio, mas as vezes sinto falta do sol. Prefiro abraços à beijos. Prefiro silêncio a palavras de conforto. Gosto de correr certos riscos, mas tenho pavor a ferimentos, principalmente os psicológicos. Gosto mesmo é de sair da rotina.
Nunca gostei dessa mesmice do mundo. É tudo tão previsível. Posso dizer que nesse critério eu não me encaixo. Quem me conhece sabe bem, eu nunca sou a mesma. Sou tão imprevisível que muitas vezes me surpreendo.
Mas no mundo de hoje quem é normal? Os normais perante a sociedade não tendem a viver e sim sobreviver. Prefiro ser considerada louca e viver a ser considerada “normal” e tentar sobreviver.
Os normais nunca estarão prontos para uma mudança radical, nem que seja uma simples mudança de visual.
Mas pra quê isso? Não se espelhe na sociedade. Seja você, seja louca, inusitada, criativa, sincera, aventureira. Só não se torne um clone para que a sociedade possa te admirar.
– Lavínia Ferraz
Texto de minha autoria, se usar não retire os créditos.
POST POR: LAVS